
Uma empresa de ville, no Norte de Santa Catarina, pode ter aplicado um golpe de R$ 2,4 milhões na compra de medicamento contra o câncer para uma paciente de 11 anos do Paraná. Uma investigação é realizada pela Polícia Civil e apura se houve cometimento de crimes como estelionato, organização criminosa e lavagem de capitais.

Medicamento é importado da Índia e tem alto custo – Foto: Divulgação/ND
Os remédios em questão são Danielza e Leukine, importados da Índia, segundo o canal paranaense RIC TV. Pelo preço elevado da medicação, a família da pequena Yasmin pediu na Justiça que o governo do PR arcasse com a importação, e conseguiu este direito.
Um escritório de advocacia que representa a família de Yasmin fez o levantamento das empresas que realizam a importação dos remédios. Uma importadora de ville, cujo nome foi revelado pelas autoridades, então, foi selecionada e recebeu o ree dos valores diretamente do governo do PR.
O medicamento, porém, nunca chegou para quem deveria, de acordo com a Polícia Civil do Paraná. “Não se sabe para onde foi esse dinheiro e a medicação também não foi fornecida”, afirmou a delegada Thais Regina Zanatta à RIC TV.
Ainda conforme a delegada, uma segunda importadora foi contratada pela empresa de ville para fazer a compra dos remédios.
Prazos não foram cumpridos para entrega do medicamento, diz mãe
A família tinha esperança de receber os produtos no final do mês de abril. Segundo Daniele Campos, mãe de Yasmin, houve atraso e o remédio fornecido não era o solicitado na compra.
“Chegou a data de 29 de abril e advogada ou pra mim que já estava tudo certo, que a medicação já estava no Brasil, e até dia 10 de maio ela já estaria aqui no hospital, onde a Yasmin faz o tratamento”, disse a mãe à RIC TV.
O dia 10 de maio chegou, mas o medicamento não. “Dia 23 de maio a advogada me ou que estava chegando pra gente uma das medicações. São duas medicações que têm que ser feitas em conjunto. Mas a data de vencimento dela era para junho”, explicou Daniele.
Delegada não descarta participação de advogados no esquema
A delegada Thais Regina Zanatta afirmou em entrevista para a RIC TV que todos são considerados suspeitos no caso, inclusive o escritório de advocacia que fez a seleção das empresas importadoras.
“Essa empresa não é a empresa costumeira de fazer a importação desta medicação para outros pacientes aqui do Brasil”, explicou Zanatta.
Ainda conforme a Polícia Civil do PR, as diligências da investigação contam com apoio das polícias civis de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.