
A causa da queda do avião que deixou duas pessoas mortas em uma área de mata próxima a ville, no Norte catarinense, ainda é investigada pelos técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Segundo especialista em aviação, diversos fatores podem ter causado a queda da aeronave.
Duas vítimas foram encontradas carbonizadas nos destroços do avião – Foto: Ricardo Alves/NDTVPara Kerley Oliveira, especialista em aviação, em investigações de quedas de aeronaves os técnicos trabalham com fatores contribuintes, ou seja, com diversas situações que, ao mesmo tempo, levam a um acidente. “Nunca é uma única causa, mas a meteorologia é um fator muito importante”, afirma Oliveira.
A aeronave envolvida no acidente é o Baron 95-B55, que pode custar até R$ 3,5 milhões. Utilizada em táxi aéreo particular, o Baron 95-B55 é um avião bimotor de pequeno porte fabricado desde os anos 60 nos Estados Unidos.
“É uma aeronave segura e certificada. Todos os aviões am por vários testes de certificação antes de entrar em operação”, pontua Oliveira. Ainda segundo o especialista, não há nada que indique problemas na aeronave, até o momento.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião está em situação regular. A aeronave possui categoria registrada junto ao órgão como serviços aéreos privados, ou seja, não está autorizada pela Anac para operação de transporte aéreo público não regular.
17 registros em 11 anos
Nos últimos 11 anos, dados do Cenipa apontam que 17 eventos de segurança, entre acidentes e incidentes graves, foram registrados envolvendo modelos do Baron 95-B55. O número representa apenas 9% da frota do bimotor no Brasil.
Deste total, em somente dois casos houve falha de motor durante o voo – defeito que costuma causar quedas de aviões.
Causa da queda do avião
Em entrevista ao Balanço Geral MG, Oliveira explica ainda é cedo para afirmar a causa do acidente aéreo. O relatório final será divulgado pelo Cenipa e, de acordo com a FAB, a conclusão da investigação será feita em menor prazo possível, dependendo da complexidade da ocorrência e da necessidade de descobrir os possíveis fatores que contribuíram para o acidente.
“[Os investigadores] vão verificar as condições de treinamento, exames médico do piloto, ver se está tudo certo com as manutenções da aeronave”, relata o especialista.
Relembre acidente e perda de contato com aeronave
O avião de pequeno porte que caiu em Santa Catarina ficou desaparecido por, aproximadamente, 12 horas até os destroços serem encontrados entre São Francisco do Sul e Itapoá.
A aeronave partiu Governador Valadares (MG) e deveria descer às 17h38 em Florianópolis, porém às 18h solicitou autorização para pousar no Aeroporto de ville.

Aeronave deveria aterrissar em Florianópolis – Foto: Reprodução/ND
Segundo o especialista em aviação Kerley Oliveira, os voos são controlados o tempo todo. “O controlador está monitorando, recebendo informações do piloto, da aeronave. É uma troca de informações constante. Quando a informação para é sinal que pode estar acontecendo algo”, afirma.
As vítimas do acidente foram identificadas como o piloto Geraldo Claudio de Assis Lima e o empresário Antônio Augusto Castro. Os corpos foram encontrados em meio aos destroços da aeronave nessa terça-feira (4).
Conhecido como Guto, Antônio tinha 52 anos e era engenheiro civil. Guto trabalhou por 25 anos na Odebrecht, onde chegou ao cargo de diretor de Energia na regional de Minas Gerais. Já o piloto Lima tinha 66 anos.