Foram 767 votos a favor da proposta e pelo fim da paralisação e 717 votos contra
Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram pela aprovação da proposta do governo federal e pelo encerramento da greve docente, que iniciou em 7 de maio na universidade. A votação foi realizada online entre às 16h de terça-feira (21) e às 16h desta sexta (24). No total, 1.505 pessoas votaram, sendo 767 (51%) a favor da proposta e do fim da greve, 717 (48%) contra e 21 em branco.
A proposta de reajuste salarial do governo federal que foi aceita pelos professores foi feita na última quarta-feira (15) e prevê diferentes níveis de reajuste para a categoria. A proposta estipula um aumento de 13,6% até 2026 para docentes com salários mais altos. Já os que ganham menos receberiam um aumento de 31,2% até o fim do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nenhum reajuste salarial para 2024 consta na proposta.
Os professores podem retornar às aulas (mas ainda não foi informada a data), e devem comunicar às suas turmas como será a reposição, segundo o Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (Apufsc).
O sindicato, agora, comunicará a Reitoria da universidade.
Técnico-istrativo mantém paralisação
O Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) informou nesta sexta-feira (24) que os servidores da universidade manterão a greve, iniciada em 11 de março.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) ainda não se manifestou sobre a posição dos estudantes da UFSC em relação ao retorno das aulas.
do acordo
O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) em Serviços Públicos convidou as entidades representativas do Magistério Federal para o ato de do termo de acordo, que tem como base a proposta apresentada na última quarta-feira (15). O evento ocorre na segunda-feira (27), às 14h, na sede do MGI, em Brasília.
A proposta apresentada é a última, segundo o governo federal, e o agendamento da reunião para a do ato evidencia isso.
Universidades e institutos federais de ensino superior mantêm greve
As outras universidades e institutos federais de ensino superior (Ifes) do Brasil vão permanecer em greve. As entidades coordenadoras da paralisação disseram que não pretendem o acordo anunciado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos na segunda-feira (20). Na manhã desta sexta-feira (24), as entidades cobraram a continuidade das negociações.
Na quarta-feira (22), o ministério comunicou às entidades que não haveriam mais negociações com os professores das universidades e institutos federais. De acordo com o texto, o encontro marcado para segunda-feira (27) quer que haja de um termo de acordo, “não restando, portanto, margem para recepção de novas contrapropostas”.
Comando local afirma que greve continua
Ao contrário do que diz o sindicato, no entanto, o Comando Local de Greve dos Docentes afirma que a greve docente continua. O grupo foi constituído na Assembleia Geral da Apufsc em 10 de maio. A afirmação do grupo é que a greve é um direito de todos os docentes, porém a assembleia que estabeleceu o fim da greve foi apenas entre membros sindicalizados.
Em nota, o Comando Local afirma que a votação eletrônica feita pela Apufsc “foi conduzida de forma antidemocrática e ilegítima, porque não realizou discussão sobre a proposta do governo e submeteu à votação eletrônica uma cédula que não foi apreciada e votada pela Assembleia – que foi abandonada arbitrariamente pela diretoria”.
A última assembleia, segundo o Comando Local, que foi legítima, foi em 20 de maio, com a presença de 330 professores. Todos eles votaram contra a proposta do governo.
Segundo Marília Carbonari e Adriana D’Agostini, que fazem parte do Comando Local de Greve Docente da UFSC, “toda a categoria tem direito a ser representado e a votar” sobre a manutenção ou não da greve.
Na terça-feira (28), os docentes devem continuar a Assembleia Permanente de Greve Docente para avaliar a situação da greve.
— A greve nacional da categoria docente segue forte em âmbito nacional e local e a grande maioria das assembleias das IFES [universidades e institutos federais de ensino superior] está rejeitando a proposta do governo e indicando a continuidade da greve. A força da nossa mobilização é fundamental para pressionar o governo a negociar os pontos da pauta de reivindicações não atendidos, em especial a recomposição do orçamento das IFES.