Projeto audacioso de alargamento em SC pode custar R$ 400 mi e estender faixa de areia em 100m

Na cidade de Itapoá, no Norte de Santa Catarina, está em andamento um ambicioso projeto de alargamento da orla, com custos estimados entre R$ 300 e R$ 400 milhões.

Projeto de alargamento em Itapoá

Imagem mostra erosão em praia de itapoá – Foto: Prefeitura de Itapoá/Divulgação/ND

Esse investimento é visto como uma solução para alavancar o turismo, reduzir os impactos de eventos naturais e recompor o habitat de espécies da fauna e flora.

A cidade enfrenta um processo de erosão costeira, especialmente no setor sul da costa e no trecho que compreende a 3ª Pedra até o balneário Rainha.

“Temos trechos mais largos, tranquilamente aproveitáveis, em qualquer condição de maré. Por outro lado, existem praias que em meia-maré já estão comprometidas”, explica o secretário municipal do Meio Ambiente, Rafael Brito.

Para conter a situação, anos atrás foram aplicadas técnicas de enrocamentos no local, que consistem no uso de pedras ou blocos de rocha. Eles são colocados de forma estratégica para formar uma estrutura sólida, cuja função é proteger a área contra a ação da água ou do solo.

“É sabido que a fixação da linha de costa com estruturas rígidas não é a medida adequada para se recuperar a ‘saúde’ de uma praia, por vezes, isto pode até ampliar os efeitos negativos nas imediações e criar o efeito promontório”, informa.

Na visão do secretário, que também é geógrafo e doutor em Utilização e Conservação dos Recursos Naturais, a alimentação artificial de praia, em alguns casos, é a única forma de se reestabelecer uma condição mais próxima do natural.

“A alimentação por si só não é o suficiente, a recomposição das dunas frontais/embrionárias e o plantio de vegetação de restinga são medidas extremamente importantes para prolongar a vida útil da obra e reestabelecer as condições para fauna e flora. O projeto para Itapoá a partir do uso benéfico do sedimento dragado prevê todas essas etapas”, comenta.

Após alargamento, faixa de areia terá até 100 metros

Em Itapoá, após as obras, os trechos incluídos no projeto poderão apresentar larguras variáveis, em média 36 metros e em outros pouco mais de 100 metros. A iniciativa ainda aguarda o licenciamento ambiental do Ibama para início.

Segundo Brito, a obra é pioneira no Brasil, pois será a primeira a fazer reaproveitamento de sedimentos. O material que já seria dragado do canal de o externo aos portos da Baía da Babitonga irá alimentar artificialmente as praias.

“As conversas entre os portos, a prefeitura, a empresa de consultoria e o Ibama sempre caminharam bem, pois todos os envolvidos entendem que, em vez de descartar o sedimento em alto mar sem dar uso, é melhor utilizá-lo na orla, mitigando os impactos ao longo dos anos e sendo um exemplo em nível nacional”, diz.

 

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