Autoridades consideram inspecionar todos os edifícios ao longo da rota do Rio Sena após alertas do setor imobiliário
É justamente esse ponto, porém, que preocupa as autoridades: espera-se que 300 mil pessoas assistam ao evento do alto das varandas e balcões da velha Paris, estruturas antigas que, se abarrotadas, podem ruir sob o peso do público, segundo alertas do setor imobiliário.
Em entrevista à agência de notícias AFP, Olivier Princivalle, membro da associação de profissionais imobiliários FNAIM, afirmou que o tema foi levantado numa reunião preparatória regular com a polícia e funcionários da câmara municipal. Agora, funcionários da prefeitura parisiense estão debatendo se devem ordenar uma inspeção às varandas e balaustradas de milhares de edifícios às margens do Sena.
“Temos que ter absoluta certeza de que as varandas arão o peso extra e que as balaustradas serão sólidas, para evitar incidentes”, disse Princivalle, acrescentando que os edifícios com 150 anos ou mais, muitas vezes, “não são adequados para possíveis tensões adicionais e isso cria um risco significativo”.
Cálculo perigoso
Muitos dos edifícios dessa região de Paris pertencem ao chamado período Haussmann, nome de um oficial francês escolhido pelo imperador Napoleão III para realizar um enorme programa de renovação urbana de novas avenidas, parques e obras públicas no final do século XIX. As suas varandas, tecnicamente deveriam ar 350 quilos por metro quadrado, o equivalente a cerca de três adultos. No entanto, as autoridades da cidade-sede das Olimpíadas temem que uma soma de má manutenção e superlotação possam resultar na queda das estruturas.
Quatro pessoas morreram na cidade de Angers, no oeste da França, em 2016, depois que uma varanda desabou durante uma festa. Mais recentemente, em maio do ano ado, duas pessoas ficaram gravemente feridas quando uma balaustrada e parte de uma varanda cederam no sofisticado 15º arrondissement de Paris.
Os proprietários de imóveis, os prestadores de habitação social e as empresas de gestão são obrigados por lei a verificar regularmente a segurança das varandas e balaustradas, mas nem todos o fazem, segundo Princivalle. A força policial de Paris e a Câmara Municipal confirmaram que estudam a questão, que em teoria envolve vários milhares de edifícios ao longo do percurso de 6 quilômetros da cerimônia. No entanto, disseram que nenhuma decisão foi tomada por enquanto, considerando que o custo de uma inspeção estrutural completa seria proibitivo.