Três indígenas ficam feridos em novo ataque no PR e Força Nacional deve atuar na região

Suspeita é de que ação tenha sido organizada por fazendeiros, de acordo com denúncias que chegaram ao Ministério dos Povos Indígenas
Imagem gravada à noite mostra homem segurando um objeto em posição de confronto contra outros mais distantes

Ataques a povo indígena registrado antes do Natal no município de Guaíra, região oeste do Paraná – Reproduçao

Indígenas do povo avá-guarani foram novamente atacados na noite desta quarta-feira (10), no município de Guaíra, no oeste do Paraná, onde há um longo histórico de violência. Três indígenas foram alvejados e estão hospitalizados.
A suspeita é de que a ação tenha sido organizada por fazendeiros, de acordo com denúncias que chegaram ao Ministério dos Povos Indígenas.
A pasta disse em nota que a atuação da Força Nacional de Segurança Pública na área foi autorizada no final da tarde desta quinta (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A presença da Força Nacional no local tinha sido pedida pelo Ministério dos Povos Indígenas em dezembro, logo após um ataque à mesma comunidade indígena.
O conflito envolve a área da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira, que está em processo de regularização fundiária.
Segundo o governo federal, nos dias 23 e 24 de dezembro, as aldeias Y’hovy e Yvyju Avary foram atacadas com emprego de milícia rural privada.
A CGY (Comissão Guarani Yvyrupá), uma organização que congrega as aldeias do povo guarani no Sul e Sudeste do país, divulgou um vídeo em suas redes sociais em que aparece uma pessoa ferida, caminhando com ajuda.
A CGY diz que um dos três indígenas feridos é um líder espiritual da comunidade. Também disse que a Polícia Federal demorou a chegar no local e “não prestou assistência aos indígenas”.
A reportagem entrou em contato com a PF nesta quinta, mas ainda não teve resposta. A investigação sobre o episódio deve ficar a cargo da PF em Guaíra.
“É urgente que as instituições atuem para assegurar a vida e a integridade das comunidades avá guarani na região, e se empenhem para fazer cessar a onda de violência. Esta violência é uma das consequências da não demarcação dos territórios do povo Ava-Guarani no oeste do Paraná”, escreve a CGY.
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