Cientistas das universidades de Copenhague, Oxford e Cambridge conduziram uma pesquisa inovadora, analisando o DNA extraído de dentes e ossos antigos para desvendar a origem da esclerose múltipla e como ela se disseminou pelo mundo. Além disso, os pesquisadores abordam questões relacionadas a doenças e características físicas em europeus, que apresentam maior prevalência da doença.

Cientistas descobrem como esclerose múltipla se espalhou pelo mundo – Foto: Reprodução/Unsplash/ND
A descoberta revela que genes, originalmente protetores contra doenças transmitidas por animais, agora aumentam o risco de esclerose múltipla.
A esclerose múltipla tem incidência duas vezes maior no noroeste da Europa, em comparação com o sul. Os genes relacionados à doença surgiram cerca de 5 mil anos atrás, durante a migração dos pastores de gado Yamnaya do oeste da Rússia e Ucrânia.
Essas variantes genéticas, que protegiam contra doenças animais, tornaram-se um risco com as mudanças de estilo de vida.
Os cientistas destacam que a pesquisa, considerada um “salto quântico” na compreensão da esclerose múltipla, envolveu uma década de investigações arqueológicas e análise genética de restos humanos antigos.
A pesquisa, além de desmistificar a doença, ressalta a importância de equilibrar o sistema imunológico em vez de anulá-lo no tratamento.
Além disso, os pesquisadores identificaram que os pastores Yamnaya também podem ser responsáveis pela maior estatura dos europeus do norte em comparação com os do sul.
Outras características genéticas relacionadas a transtorno bipolar, Alzheimer e diabetes tipo 2 foram mapeadas em diferentes regiões europeias.
A pesquisa, que comparou DNA de fósseis antigos com amostras genéticas de europeus atuais, abre caminho para investigações sobre a origem de outras doenças e características genéticas.
A capacidade humana de digerir leite e adotar dietas ricas em vegetais surgiu há aproximadamente 6 mil anos, conforme revelado pelo estudo.
O que é esclerose múltipla?
Segundo o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens, entre 18 e 55 anos.
A doença é autoimune, caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, envoltório das células nervosas (axônios) por onde am os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo.
Esse dano gera interferências nessa transmissão e diversas consequências para os pacientes, como alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular.
Ela pode ser classificada em três formas principais, de acordo com a evolução da incapacidade e da frequência dos surtos. São elas: esclerose múltipla remitente-recorrente (EM-RR) – forma mais comum, representa 85% de todos os casos da doença, primariamente progressiva (EM-PP) e secundariamente progressiva (EM-SP).
Qual o tratamento para esclerose múltipla?
Segundo o manual médico MDS, o tratamento da esclerose múltipla pode variar com base na forma da doença, sua gravidade e nos sintomas específicos apresentados por cada paciente.
É importante destacar que não há uma cura definitiva para a esclerose múltipla, mas há abordagens terapêuticas que buscam controlar os sintomas, prevenir recaídas e retardar a progressão da doença. Abaixo estão algumas opções comuns de tratamento:
Medicamentos modificadores da doença: Estes medicamentos são projetados para modificar a evolução da esclerose múltipla, reduzindo a frequência e a gravidade das recaídas. Alguns exemplos incluem interferons beta, acetato de glatirâmero e medicamentos orais, como fingolimode, teriflunomida e dimetilfumarato.
Corticosteroides: Em casos de surtos agudos de sintomas, como inflamação intensa, corticosteroides, como a metilprednisolona, podem ser prescritos para reduzir a inflamação e acelerar a recuperação.
Medicamentos Imunossupressores: Em casos mais graves, ou quando os DMDs tradicionais não são eficazes, medicamentos imunossupressores mais potentes, como o ocrelizumabe, natalizumabe ou alemtuzumabe, podem ser considerados.
Tratamentos sintomáticos: Medicamentos e terapias para gerenciar sintomas específicos, como espasticidade, fadiga, dor e problemas de equilíbrio.
Reabilitação e terapia física: Fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia podem ser prescritas para ajudar a melhorar a mobilidade, a função muscular e a qualidade de vida geral.
Acompanhamento médico regular: Monitoramento constante por um neurologista é crucial para avaliar a progressão da doença, ajustar tratamentos conforme necessário e oferecer e contínuo.
Estilo de vida saudável: Adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares e gestão do estresse, pode contribuir para o bem-estar geral e auxiliar no controle da esclerose múltipla.